Tuesday, August 14, 2007

Enfim...

Faz hoje um ano.
Faz hoje um ano que depois de umas análises de manhã (pois já andava a estranhar andar com tantas pisaduras no corpo), e quando acabava de chegar ao trabalho, recebo uma chamada da minha médica: “as tuas análises acusaram uma coisinha.... não te preocupes mas olha, seria melhor levarem-te ao hospital. Queres que mande aí uma ambulância? Não podes conduzir. Queres que ligue à tua mãe para ir lá ter? Nem penses em ficar a trabalhar”
Lá fui eu, meia baralhada com o que estava a acontecer, para o hospital. O meu grau de preocupação começou a crescer quando me colocaram a pulseira de urgência máxima no hospital. Ah! E me dizem “ deite-se nesta maca e não tente não se mexer muito”. Começam os exames. É radiografia, ecografia, mais análises. E esperar... esperar, deitadinha na minha maca à espera de qualquer coisa que não sabia bem o que era. Lá fora a minha mãe e uma amiga desesperavam por saber qualquer coisa. O telemóvel ia apitando de mensagens. E eu sem saber nada.
Até que chega uma médica. “Não sabemos ainda bem o que se passa, mas olhe, para descartarmos todas as hipóteses, terá de ir ao S. João fazer o despiste de leucemia.
Vem já uma ambulância buscá-la.”
Chegou a dita. Entro na ambulância e o enfermeiro diz “vamos ter de ligar a sirene, não pela urgência, mas para passarmos o transito.” Ahhhh, mas era impensável eu andar de ambulância sem a sirene ligada! Seria como andar de camião e não buzinar naquelas gaitas potentes que eles lá têm.
Mais espera.... espera... Mas outra vez pulseira de urgência máxima. Quando sou chamada, uma senhora da sala de espera começa a refilar por eu ter passado à frente, ao que o médico lhe responde “A senhora tem cancro? Então espere a sua vez!”
Espera lá?? Cancro... mas então?! E fiz o exame mais... mais... nem tenho palavras para o descrever. Deitei-me e depois da anastesia, o médico saca de grande seringa... assim do comprimento de uma espada. Um florete mesmo. Toca a furar até ao osso e tirar uma amostra de sangue. Mal me levantei, quase desmaiava depois de tanta dor. Olho para o lado, uma mulher está a vomitar algo preto. Do outro lado, um velhote geme. E eu choro. Porquê... porque me foi acontecer isto? Passou uma hora, e o médico, finalmente me vem dizer que leucemia não era. Pode voltar para o Pedro Hispano. Lá tratarão bem de si.
Dei entrada no hospital a 15 de Agosto de 2006 às 2h00 da manhã. Fui fechada num quarto de isolamento e quem lá quisesse entrar tinha de ser de máscara, bata e luvas.
Afinal, para nada, porque no dia seguinte o médico veio dizer que tinha sido um exagero de medidas.
E assim começou a minha aventura hospitalar.
Hoje, posso dizer que... tchan tchan tchan tchan... estou curada! Sim, parece que a coisa passou. O bicho decidiu emigrar. Pois que emigre, que hiberne, que desapareça para sempre!!!

2 comments:

Princesa said...

Weeee!!

Natureza said...

acredito mesmo a sério que tenha sido um grande teste para ti!... e foi superado! Parabéns!!