As voltas que o mundo dá

O mundo dá voltas singulares. Andei eu, algum (curto pela graça de Deus) tempo a pensar se teria sido eu a errar, por eu e o “coisinha”, não termos dado certo (saudades que falasse nele?), ou por estar doente, ou porque se calhar exigia demasiado dele, enfim… teria falhado em algum momento. Mas o tempo deu-me a luz! Agora consigo enxergar bem os detalhes.

Por um lado constatei que sou uma totó, cuja carência não me fez perceber que uma criatura que gasta 200€ em livrinhos de banda desenhada, e que depois me diz que não tem dinheiro para ir passar umas férias comigo (e não pode pedir aos pais, porque se trata de algo tão fútil como ir passear, no entanto os livrinhos eram em inglês, portanto educativos), isto seria sinal que estava a lidar com um cachopo de 12 anos. Por outro lado, compreendo que realmente o estar mais abatida fez com que aguentasse 20 minutos de conversa incessante sobre o percurso da carreira do Batman.

Agora… devo admitir a minha fraqueza quando fiquei feliz por ter reencontrado uma amiga que (coincidência das coincidências) veio a namorar com ele, logo a seguir a mim. O mundo é pequeno, e se se pensava que as coisas não vinham ao de cima, txaran! Não podiam estar mais enganados. O namoro deles durou, tal como eu previa, pouco tempo. E sabendo eu quem ela era, devia falar com ela? Descrever-lhe que a ideia de uma tarde bem passada para ele, era analisar o seu guarda roupa? Ainda me haviam de achar ressabiada, por isso sentei-me de poltrona à espera.

Não me julguem como má… afinal até sou uma pascaça que andou vesgueta tanto tempo que não foi capaz de ver quem se pairava pela sua frente, mas deu-me aquele gozinho cá dentro saber que também entre eles as coisas não funcionaram… Porque seria, deixai-me cá queimar uns neurónios a pensar nisso... Deu-me aquela satisfação, aquela vontade de rir baixinho, atrás do arbusto camuflada e dizer “bem feita”!