Noite nada normal....

Ontem fui cumprir a minha ida semestral ao kizomba. Sem saber muito bem onde era, confiei nas minhas amigas peritas nesta arte, que me estariam, concerteza, a levar para o sítio da moda. Digamos que… foi uma experiência quase a tocar o alienígena.

Mal entrei tive a sensação de estar numa festa da garagem de um qualquer bairro duvidoso. Péssima luz, uns casais enroscados aqui e ali, o chão imundo, um animador que, sim… tinha uma toalha enrolada à cabeça, de microfone na mão a correr em cima do balcão do bar. O bengaleiro estava cheio, por isso a solução foi pousar os casacos numas escadas, enquanto dançávamos qualquer coisa. Olhei em volta. Percebi que para os homens entrarem naquela discoteca era necessário obedecer a uma ou mais das seguintes regras: não ter um dente da frente, o cabelo ter mais de 20cm a alongar-se pelo pescoço, trazer brincos, colares, ou ambos. Era como se à porta estivesse alguém “ora abre lá a boca! Hummm, não desculpa lá, tens os dentes todos, o teu lugar não é aqui.” Fui à casa de banho. Tive de arregaçar a calça para não me encharcar com a água. Os 2 lavatórios estavam a abarrotar de papéis, beatas, e itens de origem desconhecida. De uma das casas de banho, de porta aberta, gritava uma miúda para as amigas “calmantes fazem-me bem? Se calhar tomo um e fico boa!” – Não me peçam para explicar o que se passava, que não sei.

Voltamos à pista, incapazes de verter as nossas aguinhas. Decidi-me a dançar, pois não havia muito mais a fazer. Eh pá… distrai-me 10 segundos. Quando dei por mim estava rodeada dos seguintes espécimes: um rapaz de terço à volta do pescoço (de plástico, que, coitadinho, se calhar não havia dinheiro para mais), um rapaz de pernas abertas, camisola cavada enrolada na barriga para lhe vermos os abdominais, imóvel, um rapaz colado às minhas costas com olhar assustador a fazer de conta que dançava comigo. Medo, muito medo.

Começa uma roda, com uns meninos a dançar. Estava tudo a correr muito bem, até ao momento em que decidiram fazer break dance ao som de Bob Marley.

Com tudo isto saí de lá já passavam as seis da manhã, mas com a minha dose de humor cumprida por uns tempos…

P.S.- Todos os factos acima descritos são pura realidade.