Reflexão do dia

Voltei de reabilitação de uma crise de existencialite aguda. Passei aí por dois dias de reflexão profunda sobre o estado do país, e sobre os seus reflexos no meu lar e cheguei a conclusões tão tristes, mas tão tristes, que decidi deixar de pensar nisso e voltar à vida normal, porque o mais certo era entrar em depressão profunda.
Não deixei, de qualquer forma, de ler alguns dos meus estaminés preferidos, e curiosamente, em dois deles se falou do mesmo assunto – o que traz a mala de uma mulher? Neste tópico em particular, eu não sou a típica gaja, porque a minha carteira resume-se a porta-moedas, chaves (muitas chaves), telemóvel, baton do cieiro e... acho que já está. Depois sou a pedinte do costume: tens aí um lenço de papel? Alguém trouxe um paninho dos óculos? Aii, estou com as mãos tão secas, tens creme? O que me chamou a atenção entre todos os comentários do vasto mulherio que descreveu os seus conteúdos, é que vemos muitas mulheres a trazerem um preservativo na carteira. Isto levantou-me uma questão. Então agora temos de trazer um é? Não era da nossa responsabilidade a pílula? Eu preocupo-me em tomar um comprimidinho todos os dias, e tu andas com a camisinha, que eu cá não sei onde andaste? Eu sempre acreditei na divisão de tarefas, eu uma coisa, ele outra, mas afinal parece que os tempos andam a mudar. Enquanto estou aqui fechada na minha cúpula de abstinência, parece que as coisas evoluíram. Isso, ou eu sou de terra pequena, que mulher com preservativo é vista como saída da casca que anda sempre pronta para uma ginástica cueca... Mas atenção, não me refiro sequer a não usar preservativo, é óbvio que sim, por razões mais do que conhecidas, mas, deve ou não ser responsabilidade masculina?
Ora digam de vossa justiça.