
Friday, March 28, 2008
E não é...

Thursday, March 27, 2008
É a idade...
É em noites como a de ontem que me apercebo que já não tenho 17 anos.
Antes quando ia a um concerto, era menina de ir cedo para arranjar um bom lugar. Uma, duas horitas antes já lá estava para me certificar que ficava na primeira fila, afinal metro e meio de gente, se não ficar bem à frente, só vê é cabeças.
Mal abriam as portas, corria desalmadamente a agarrar-me às grades de protecção, e assegurava assim uma localização privilegiada. Isto aplicava-se a coliseu, estádios e até Festivais Sudoeste, Paredes de Coura ou Vilar de Mouros. Não havia multidão que me assustasse. De cotovelos em riste, ai daquele que ousasse roubar o meu spot.
Mosh? Sem problema… podem dar saltos uns para cima dos outros aí atrás de mim, podem-se por em tronco nu a bater no peito e abanar o cabelo, que não me faz aflição. Eu levava a minha bota biqueira de aço, e a minha amiga M. que, ainda que mais baixa que eu, era um às a dar socos e/ou arrancar cabelos alheios, sem que eles próprios notassem.
Agora as coisas são diferentes. Primeiro porque já não tenho vida para acampar à porta de recinto nenhum, então saio do trabalho, e só depois de pelo menos comer uma sopinha é que estou em condições de me deslocar. Chego lá, tento chegar à frente, mas só já consigo uma segunda, terceira fila… Mas a multidão já me incomoda. Já me chateia aquele cheiro a bola de Berlim de véspera, como o que senti ontem o concerto todo. Já me ficam a doer as costas de tentar espreitar por entre três cabeças, porque só exactamente naquela trajectória consigo vislumbrar algo. Bater palmas já não é aos pinotes, seguidas de um grito tresloucado. Bem tento bater, mas o povo só me deixa deslocar os bracitos para cima da cabeça, e aí sim, fazer qualquer som semelhante a palmas. E já não me apetece dar encontrões.
Mal acaba o concerto, é ir logo para casa, não há cá nada de esperar que os artistas saiam para nos dar um autografo… Só eu sei como consegui uma foto com o Dave Grohl!
Por isso vai que decidi que a partir de agora, só vou para a tribuna. Ao menos lá estou sentadinha, a curtir a música. É claro que não chego a estar tão perto ao ponto de quase levar com os perdigotos dos cantores… mas a idade é outra…!
Tuesday, March 25, 2008
O pior é quando são parvos
Conheço-o desde a primária. Era da turma ao lado, por isso mal sabia o nome. Um dia, há coisa de uns quatro anos atrás, foi lá à agência procurar por bons preços de viagens de finalistas. Tanto dei voltas á cabeça, que me lembrei de onde lhe conhecia as ventas…
Quase lhe fui à cara. Regateou tanto, mas tanto, que eu estava a ver que o escorraçava porta fora. A viagem lá acabou por comprar, e eu pouco mais falei com ele.
Depois foi o pai, que passou a lá ir comprar as férias. Arrogante, nada simpático, tem sido assim a forma como sempre me tratou. Então eu penso, se ele sair ao pai, estou lixada… lá giro é, mas isso não compensa a vontade de às vezes lhe querer colar os dentes ao palato. Por isso até ter uma resposta… vai ter de mandar mais mensagens. É que parvos é que não!
E como não mandou mais nenhuma (salvo por uma questão de hotel, que aí sim, lhe respondi), também escuso de preocupar o tico e o teco (vulgo – meus neurónios) com isso!
Monday, March 24, 2008
Humm
O pai dele tinha-me comprado a viagem de férias, e como ele deveria estar a partir dentro de horas, manda-se logo a boquinha "vai dormir pá! Se perderes o voo a culpa não é da agente de viagens!"
Durou um minuto se tanto, a troca de palavras. Já estou em casa "pii pii" no telemóvel " gostei de te ver". Manha seguinte "já fiz o check in", à noite" já cheguei, estou a caminho do hotel". Hummm, temos descrição das férias. Eu? Não respondi a nenhuma mensagem. Dura, fria? Com a mania? Ou totó?
Sunday, March 23, 2008
Tres dias de descanso
Num instantinho se passou a Páscoa. Três dias de descanso, e comer porcarias. Sou uma fraca que não resisto a um ovinho de chocolate.
Os três dias de descanso é que me souberam pela vida. Na Quinta-feira passada foi por pouco que não mandei todos ao real cocó, e saía de forma dramática pela porta fora no trabalho. Sempre ouvi dizer que quando não se sabe ou não se conhece, mais vale estar-se calado para não fazer papel de ridículo, pois vai que recebemos logo pela fresca um e-mail “a partir de hoje o Messenger está totalmente proibido, assim como o hi5, no computador do trabalho – não serão permitidos quaisquer mecanismos de comunicação fora do âmbito de trabalho” e nem sequer estava escrito desta forma, que o meu director, graças a Deus, tem uma falha grave em gramática e ortografia. Ora e como seria de esperar, sobrou para mim que costumo estar no Messenger em horário de expediente, e não, não é só para conversar, pois acontece que já me tem dado muito jeito
Não tenho nada contra regras… (ou até tenho, pronto, no fundinho sou uma anarquista :P) mas acho, honestamente, que as pessoas devem ser tratadas com respeito, e não colocar os links das paginas hi5 de cada funcionário da casa, num e-mail para todos lerem… então a privacidade foi esquecida?
Wednesday, March 19, 2008
Hoje
A vida não está fácil, e por muito que eu tente manter o sorriso na cara, tem dias que não sei mais como rir.
Desde que o meu irmão casou, que fiquei como filha única lá em casa, e confesso que tem dias que a minha vontade é aparecer só mesmo de raspão. Porque não se pode tomar partido, porque não se pode acusar, porque as minhas forças também faltam.
Monday, March 17, 2008
Tokio Hotel
Friday, March 14, 2008
Há um ano
Lá me foi atribuído o quarto (ao menos calhou-me um individual – toma lá), e agora... esperar... comecei a ficar de tal forma que nem me cabia um feijão, e quando o médico sugeriu uma coisinha fraquinha para ajudar a dormir, pois venha ela! O que mais me preocupava era a anestesia – doce ignorância, se soubesse o que se seguia, aí tinha deitado a fugir de bata pelo hospital fora. Por falar em bata....
Fui a primeira da manhã a ir à faca naquele bloco. Já estava em jejum há horas, mas nem era isso que me preocupava. Mandaram-me ficar em pelota, vestir uma bata, que mais parecia feita de papel, e uma touca que concerteza deveria acentuar os meus lindos olhos castanhos. Descemos de maca, e a partir dali não há cá vontade própria: vais de maca, pegamos em ti ao colo, mijas para a aparadeira e é se queres! Em cima de nós um daqueles focos gigantescos, ao longe os médicos a falar de futebol, as enfermeiras em conversa de circunstancia comigo, contagem decrescente até que se apaga. Acordei umas horas depois, a tremer de frio... tremia tanto que até me doía o corpo. Voltei a tombar... dali o resto do dia foi uma névoa. Pessoas a irem-me visitar, telefonemas nos quais balbuciei qualquer coisa, mas nem sei o quê, um tubo que me foi tirado do nariz que concerteza iria até ao fígado, do qual saiu um líquido nojento verde, e dormi... dormi, dormi.Dia seguinte de manhã, o médico aparece “olha ela, já está acordada! Vamos lá por de pé! Oupa, já está! Já fez cócó? Não, pronto... não tem mal, faz em casa. Pode arrumar as coisitas, tem alta!” E pronto... com um pontapé no rabo me puseram na rua, 24h depois de aberta, e ala para casa.
Disseram-me...
Tuesday, March 11, 2008
Falta... pois falta
Já tenho dito aqui várias vezes que há mais de um ano que estou na mais completa abstinência. Sem nenhum chamego, nenhum roça-roça, nem sequer um beijinho na boca para contar a história. Sim, porque os beijos ou até lambidelas que as minhas amigas me dão quando estão quase tão borrachonas quanto o David Hasselhoff no seu famoso vídeo, esses não contam.
De início senti falta, depois habituei-me até que achei que a libido estava fechadinha numa gaveta para qualquer dia reaparecer já a cheirar a mofo. Mas a verdade é que essa falta se tem manifestado de várias formas mais ou menos camufladas. Eu andava mais nervosa, mais irritadiça, (ainda) mais rabugenta que o costume quando, num daqueles profundos momentos de reflexão que normalmente me acontecem numa divisão da casa em que estou sentada, sozinha, preferencialmente acompanhada de uma leitura cor de rosa, somei dois mais dois, e foi quando vi a luz. Não, não tinha estado a mijar às escuras, mas sim percebi que isto é tudo (e sejamos tremendamente verdadeiros) uma enorme falta de peso. Por mais ordinarote que possa ser esta expressão, é mesmo esse o problema. Poderia brincar sozinha, mas nunca foi de meu agrado, ou ainda arranjar um descompressor de hormonas em versão humana, mas como também sou esquisita e não é qualquer um que serve, então está-se mesmo a ver que não tarda estou a calmantes.
Friday, March 7, 2008
"Open your skis"
O início da aula correu bem, depois de carregar os skis às costas durante o que me pareceu mais de quilómetro, tentar andar a direito com aquelas (malditas) botas, fui capaz de esquiar quase em linha recta, travar... estava tudo a correr benzito. O pior começou quando tínhamos de começar a curvar. Ainda agora tenho pesadelos quando me lembro das (poucas) frases que os professores franceses sabiam dizer em inglês “open your skis!” “bend your knees”. Isto já entoava na minha cabeça. Já sei, tenho de “open your skis” mas vai dizer isso às minhas pernas!! Já sei, tenho de colocar o peso do corpo numa só perna, mas estes quilinhos gostam é de estar repartidos. Já sei “bend your knees”, mas se me inclino mais, caio para a frente! E “snow plô”?? Que é isso? Professores franceses a dar aulas em inglês, quando mal sabem a língua, não está fácil! Acabei por conseguir virar, mas sempre acidentalmente – virava quando devia ir em frente e seguia em frente até ir contra a rede de protecção. Uns foram desistindo, outros já dominavam a arte, outros ainda, tal como eu, lutavam por conseguir fazer boa figura.
Aula da manhã terminada. O corpo já doia em todo o lado, mas não gosto de desistir assim, logo à primeira, então que vai de continuar de tarde.
Chegamos à pista. Olho para baixo... o homem está doido, quer que nos atiremos daqui? Então mas eu mal sei parar e é suposto eu safar-me nesta descida? Ok... aqui vai disto.... 1...2...3... Aí vou eu... aí vou... não consigo parar.. AHHAHAHAH! O professor ajuda-me a travar e manda-me tirar os skis. Pronto, está comprovado, não nasci para isto. Ainda tentei outra vez, mas o resultado foi começar a deslizar de costas para só parar no colo de um inglês. Está terminada a minha aventura na neve. Um trenó, bolinhas de neve, eu faço a festa, agora atirarem-me de skis nos pés para uma ravina... aí já não.
Ao menos posso dizer que experimentei!
Thursday, March 6, 2008
Regresso
Convite aceite, tratava-se agora de procurar uma fatiota de neve. Corri todas as lojas (ou havia tamanho de criança que não apertava na prateleira frontal, ou tamanho gigantone. Finalmente lá consegui que me emprestassem um – outro sobre azul.
Chegada ao frio (mas mesmo muito frio), e depois das apresentações, formalidades e passeio de reconhecimento, era a hora de passarmos ao segundo propósito da viagem – o ski.Primeiro passo: escolher as botas. Imaginava que fossem pesadas, mas o raio dos trambolhos para além de ultrapassarem a tonelada, põe-nos a andar todas tortas, como umas coitadinhas que passaram o dia anterior no ginásio e agora mal podem mexer as pernas. Os skis (de criança para mim, como seria de esperar), e está o equipamento completo. Agora é só esperar pelo dia seguinte, o dia em que vamos deslizar pela neve...