Hoje não...

Hoje não me apetece escrever grande coisa. Estou com a telha. Passei o fim de semana entupida, fanhosa, ranhosa (de onde vem tanto ranho, isso gostaria eu de saber!), e com dúvidas existenciais. Ando com vontade de dar um arraial de porrada a muito boa gente!
Pena que ninguém se ofereça.
O que me vale é que estou quase a ir de férias!

O Hi5

Que no Hi5 estamos em exposição, já não é novidade para ninguém. Estamos ali em montra, e os que vão passando entram, analisam o produto, vêm se interessa, optando por mandar uma mensagem, ou não. Mandando, aí decidimos se o “interessado” merece resposta. Ora, de vez em quando alguns iludidos pela minha publicidade enganosa (tenho lá fotos pré-doença), mandam-me mensagens. Mas eu devo ter mesmo azar com os candidatos. Eu nem peço muito, apenas que saibam escrever! Como responder a um gaiato que conjuga o verbo dizer “tu dicestes” ?? Como dar atenção a um cachopo que adiciona cinco novas amigas todos os dias, e que quando fala comigo no messenger me pede que lhe mande a fotografia, pois já nem sabe qual delas sou eu? Ou eu sou muito exigente, ou estes homens têm todos de repensar as suas estratégias de conquista. Andará tudo assim tão desesperado que vão à pesca, lançam o isco, e quem morder apanha-se? Seja lá quem for, até uma bota?!

São líquidos

Hoje comecei o dia com a piquinha do costume. A médica, assim que me viu, lá decidiu apalpar-me e ver como estavam as coisas. Queixei-me que por mais dieta que faça (a pizza de Domingo e as batatas fritas de Sábado não contam), continuo balofa! Afinal, são líquidos, disse ela. Ora, sou um barril de tinto, foi à conclusão que cheguei. Se me atarraxarem uma torneira ao umbigo, serei o festim das tascas!
Depois fui a uma consulta de medicina no trabalho. Mais uma vez lá me pus em pelota para os médicos me verem – começa a ser rotina na minha vida. Se ao menos me pusesse como vim ao mundo por razões mais prazerosas.... A justiça neste mundo está muito mal distribuída. Quando nosso Senhor escolhia o futuro de cada criancinha nascida naquele dia, eu estaria, com toda a certeza, trancada na casa de banho!
Bom... a alegria é que amanhã baixo mais um pouco à dose de cortisona.

A busca pelas negras

Procurar pisaduras e pintas. Foi assim que o meu problema apareceu, quando inexplicavelmente me apareceram nódoas negras no corpo. De início achei que andava com graves crises de amnésia, que batia nos sítios e não me lembrava. Ou que andava a levar porrada e preferia esquecer. Mas não. Fui fazer análises ao sangue e fiquei logo internada no hospital. Depois era um arraial minhoto de médicos e enfermeiros a quererem ver as marcas. “Se ao menos tivesse feito a depilação!”… Desde aí comecei a ficar paranóica com qualquer nova nódoa negra que me aparecesse. Uma pisadura nas pernas? Pranto na certa. Por isso, ontem quando encontrei uma nova, não fiquei lá muito bem disposta. Ainda fui esfregar, não fosse ser lixo, côdea, musgo… não, parece que não. Espero que ao menos desta vez tenha mesmo sido uma pancada, a dançar com o meu negrinho, quem sabe, mas ao menos isso…

Comunicado

“A paciente acordou bem disposta. Mandámo-la tirar o pijama, e ficar em pelota. Colocámos-lhe a touca e foi encaminhada para o bloco operatório. Foi deitada na maca e posteriormente a doente pediu para fazer xixi. Seriam os nervos. Após uma conversa de circunstância, foi anestesiada e a paciente tombou de imediato. A cirurgia levou pouco mais de uma hora. Correu tudo bem, exceptuando o facto de termos de abrir o abdómen pelo baço ter resistido em sair. Acordou algum tempo depois a tremer. Sua mãe assustou-se pelo facto de ter um tubo de 40cm de diâmetro a sair por debaixo dos cobertores. Era apenas para a manter quente. Passou o resto do dia K.O. mas o quadro é favorável.
O tempo dirá se a operação foi um sucesso.”

Porque é que eu não tive direito a uma conferência de imprensa como o “king” teve?? É injusto!

Aiiiiii

Mas quem me meteu na cabeça que eu sou uma jovem de 16 anos? Eu pertenço à terceira idade. Eu estou quase a meter os papéis para a reforma! Eu sou a presidente da Brigada do Reumático! Não tenho idade para andar em folias nas discotecas até de manhã. Dói-me desde a unha do dedo mindinho da mão esquerda, até ao pêlo que insiste em nascer no dedo do meio do pé direito!

Posto isto.... onde é a ida para a semana? :-)

A Micas foi dançar

Estou mesmo de volta. Já não sabia o que era sair á noite e divertir-me. Aqui há dias tinha escrito um texto capaz de fazer chorar as pedras da calçada, com dúvidas e sofrimento (uma daquelas fases de tristeza inútil), sobre o voltar à vida normal. Mas qual quê!! Dêem-me musiquinha que o meu rabo começa logo a abanar. E não perdi o jeito!!

Depois de uma aula de hip hop de tarde, uma jantarada de amigas, uma ida a um barzinho porreiro (onde eu, qual esponja, bebi 2 garrafinhas de Smirnoff Ice, o que para mim equivale a um barril de sangria) fui finalmente a uma discoteca!

Dancei a noite toda. Dancei pelos meses que não conseguia abanar o dedo grande do pé. Suei, ri-me, diverti-me. E o melhor foi quando, do nada, ouço “Dama, queres dançar?”. Sim, estava numa discoteca de kizomba, e fui convidada a rodopiar-me agarradinha a um negrinho! Não faço ideia se era giro ou não, e isso agora também não interessa nada. Até às 6h da manhã! Só faltou ir roubar o pão ao carrinho da padeira, como fazia quando tinha 17 anos, e saía do Batô já o sol estava a nascer. Que saudades tinha!

Hoje, depois de um solzinho à beira da piscina, estou pronta para mais uma semana de trabalho. Mais uma semana de análises, mais uma semana que, espero, traga algo de novo e positivo em relação ao meu estado de saúde. Confesso que não tenho pensado muito nisso, mas ainda não sei se estou curada. Se o estado de espírito ajudar, tenho aqui plaquetas para dar e vender. (5€ cada uma, alguém quer?)

Sonh... Pesadelo!

Esta noite sonhei com o coisinha. Claras evidências de que estou a piorar o meu estado de saúde! Sonhei que ele me estava a dizer que ia casar, ao que eu, prontamente, lhe atirei com um copo com água à cara. Vivam os sonhos, e o fazer o que o subconsciente manda! Já há algum tempo que não me lembrava de tal personagem, mas enfim, temos dias assim… também sofremos de gazes de vez em quando, não é? Há que encarar da mesma forma – ir soltando o ar de fininho para ninguém notar até que a dor de barriga passe. Excepto quando estamos sozinhos, aí mandamos umas bombas. Torna a cura mais rápida. Quanto à minha dor de barriga, essa já era!

No entanto, acordei a pensar em como o karma é tramado, e eu devo andar a pagar por alguns pecados cometidos no passado. Mas gaja (quase sempre) optimista que se preze tem fé na mudança! Um dia destes ao menos terei direito ao pacote completo – saúde, dinheiro e um gajo em condições (um já tive e deixei-o fugir, mas tenho direito a uma segunda oportunidade, ou não? Há por aí um testo capaz de tapar esta panela de pressão que sou eu, certo?)

Nova Fase

Começo aqui uma nova fase da minha jornada. Ontem, voltei à ginástica. Dando uma de “Diário de Bridget Jones”, vou registar o peso (mesmo que isso me envergonhe!), e os sacrifícios de uma dieta rigorosa – gulosa como sou, ainda vou andar por aí a ressacar!
Assim, começamos com 63kg (eu sei, mereço porrada), e 2 dias sem ingestão de açucares.
Vinte minutos a caminhar num tapete que não nos leva a lado nenhum. Vinte minutos a pedalar para o infinito de uma sala cheia de corpos suados (não... nada de jeito!) Dez minutos de uma máquina que me deixou quase a vomitar um pulmão. Saí corada (corada não, roxa!), mas lá fiz o meu exercício.
Ao menos que valha a pena. Espero daqui a um mês registar a perda de uns quilos (recuso-me a registar as gramas, é muito deprimente).
Ah! E o professor ia tendo uma apoplexia nervosa quando se apercebeu do meu batimento cardíaco. Sim, porque a cortisona (essa minha amiga), também provoca taquicardia, então ele lá me mandava abrandar o ritmo: passar de passo de caracol, para passo de lesma.

2 pelo preço de 1

Dúvidas houvesse que eu era (ou sou) deficiente, todas foram dissipadas na minha última consulta.
Aquando da cirurgia parte do baço foi para análise e descobriram que eu possuía um baço acessório!! Era portanto, gaja com 2 baços, o que muito provavelmente foi a origem de toda esta odisseia.
Anormalidades à parte, vim com o meu plano de redução de cortisona até Junho. Vou colar no tecto, junto com um calendário para acordar todos os dias e fazer a contagem decrescente! Mas estaremos em Junho e ainda me faltarão umas boas semanas para deixar a droga, só que acredito que nessa altura já conseguirei olhar para baixo e ver os pés!

Crónicas de uma viagem anunciada - Parte 2

Quando tudo parecia perdido, eis que começam a aparecer vários espécimes dignos de serem documentados. Cumprimentavam-se de 2 beijinhos na cara, é certo, mas das duas uma, ou estávamos num bar gay, ou era costume da terra. Concerteza tinham passado o dia metidos na toca, mas o certo é que nos alegrou a noite.
Por volta das loucas 2h da manhã, voltamos para o hotel. O nosso singelo albergue fecha a recepção à meia noite, assim que tínhamos de tocar à campainha. Quinze minutos depois, sem resposta e de dedo colado à dita, eis que uma das minhas companheiras decide, e aqui cito “enervar-se e fazer asneiras”. Usando de toda a sua força braçal, língua entre os dentes, consegue abrir a porta de entrada. E lá estava o nosso recepcionista, acabado de sair de um soninho descansado, com marca de almofada na cara, olhos vermelhos e face rosada, para nos entregar a chave.
2º dia – Doem-me as pernas. Mas pela 1ª vez em meses não é devido à medicação, mas sim por ter andado a laurear a pevide!! Doce felicidade!
Passeio de barco a uma prisão, comprinhas para trazer à família, almoço nesse típico restaurante francês de hamburgers que começa por “M” e acaba em “Donald’s”, e ala que se faz tarde para o aeroporto.
Tudo ficou visto. A cabeça arejou, descansou e não pensou tolices durante mais de 48horas. Até o lanho na minha barriga veio sorridente.

Quando é a próxima viagem??

Crónicas de uma viagem anunciada - Parte 1

Sentada no avião e com a música dos Broa de Mel “Passear contigo, Amar e ser feliz” na cabeça, começo por fazer estragos – rebentei uma caneta na mão, ficando por isso com o dedo azul o resto do fim de semana. Peço então, no meu mais polido francês, uma caneta à vizinha que estranhamente me respondeu “uma caneta para escrever?”. Será que ficou com medo que lhe estragasse a dela também? Enquanto isto, uma das minhas companheiras de viagem vai a comer parte da nossa marmita, a outra, intelectualmente lê Herman Hesse.
Aterramos nos anexos do aeroporto, para depois procurar um taxi que nos levasse ao nosso abrigo. Ah!! Visão bonita à chegada! Obras e ratazanas que alegremente se passeiam por entre tampas de saneamento abertas. Subimos ao quarto, um calor de morrer, mas pelo menos há limpeza. É hora de dormir.
1º dia de descoberta. Passeios culturais de comboio turístico e uma tarde excelentemente passada junto do Mediterrâneo enquanto tiramos umas fotos (aqui a bochechas foge da máquina como o Diabo da Cruz, mas isso já é outra história).O jantar, esse, foi de gente grande!! Marsico grelhado, junto à marina, sem olhar a gastos (afinal o farnel não dura sempre!). Entretanto, perguntamo-nos “mas afinal não há homens jeitosos nesta terra??”.

De mala feita

Rissóis
Croquetes
Panados
Água
Sumos
Batata frita
Bolachas
Iogurtes

Está comprada a marmita. Dei uma de mulher chique, e vou passear a doença para o estrangeiro! Ora bem, mulher chique não leva merenda (ainda que tenha abdicado do arroz de frango e do garrafão de tinto), mas como sou uma gaja a viver cada quinze dias a segurança social (e que ainda por cima não me paga!), tenho de recorrer ao farnel para que os gastos não sejam tão altos.Vou, portanto, arejar a pevide, e volto no Domingo.

Ora Pois

Tal como previsto, fiquei como um boi a olhar para um palácio com o resultados das análises. Resta-me, como de costume, esperar... ter paciência... expressões que ouço há meses. Não tem mal. Hoje reduzo mais um pouco à cortisona, por isso nada me tirará o bom humor!

Mas afinal...?

Que eu estou em avançado estado de decomposição não é novidade. Que já me saem pedaços de dente, que o cabelo me cai como se se tivesse decidido a mudar de cabeça e fazer uma peruca noutro lado qualquer, também já não é de hoje. Que a minha pele decidiu adquirir uma tonalidade branca às bolinhas, igualmente, já tem algumas semanas. Mas apesar de todos estes novos atractivos que me caracterizam, lembrei-me hoje que ainda não sei se estou curada. Fui operada, tudo muito bem, mas e agora? Hoje fui fazer novas análises, mas já imagino que mesmo após o resultado ficarei na mesma – sem saber. Ou as plaquetas sobem, e mais me aproximo de uma trombose, pois já ando a rebentar a escala, ou descem, que poderá significar uma nova derrapagem, ou simplesmente o aproximar da estabilização. Creio que faltam ainda algumas semanas até se perceber, mas entretanto, eu seguirei na minha visão romântica de que sou uma lagarta, à espera de virar borboleta. Bonita maneira de ver as coisas não?!

Não, eu é que sei!

Quando se tem uma doença de nome pomposo como eu: Purpura Trombocitopénica Ideopática, em que a própria designação explica que é de “origem desconhecida”, as pessoas que nos rodeiam têm tendência a, por se preocuparem, eu sei, dar opiniões.Pois eu corri tudo o que é especialista, desde a medicina tradicional, a homeopatas, até à bruxa fui (!!), e nem assim era suficiente. Havia sempre algo mais que eu podia fazer, o médico amigo do primo da tia era sempre melhor que os que eu tinha consultado. Aiii, dei em (mais) maluca. Chegaram a marcar-me consultas para aqui e para ali, e até se zangavam comigo se eu não fosse. Queriam entupir-me de medicamentos, de todas as mezinhas possíveis, à base de cogumelos, de semente de não sei o quê... Eu tenho a sensação que a meio do caminho me transformei em brócolo! Enfim. O que certas pessoas nunca entenderam é que se chega a um ponto em que basta. Nada mais vai mudar, os médicos já se repetem, aliás, eu já sei antes deles falarem o que vai ser dito, e não adianta eu andar a misturar mais pózinhos e pastilhinhas e gotinhas, que o resultado ia acabar por ser o mesmo – baço fora!

Sobrevivi à Páscoa

Numa época de sacrifícios de quaresma, eu estou aqui para me auto-penitenciar pelas minhas falhas! Abusei, sim, comi muita mousse de chocolate. Assim que “ela” entrou em casa que a ouvi chamar por mim. Esteve umas horas no frigorífico aos pulinhos enquanto insistia em gritar pelo meu nome. De tanto insistir acabei por acabar com o sofrimento da sobremesa, e comi-a . Mas foi o meu único descontrolo. Fora isso, tive um fim de semana calmo, entre família, com sessões de Scrabble e Cluedo. Voltei revitalizada, cheia de coragem para mais uma semana de luta. E esta... poderá ser decisiva, mas sobre isso... hoje não me apetece escrever.

Estou grávida?!

Estarei grávida e esqueceram-se de me avisar?! Sim, porque continuo com a barriga inchada. Parece que carrego aqui uma semente de uns 4 meses! Passaram 3 semanas da operação e continuo um balão desesperadamente à procura do pipo para começar a desencher... Isto assim não pode ser. Uma gaja tem uma reputação a manter, e tem uma vida social para reiniciar, e tem de ficar em casa, escondida do mundo? Assim, vou passar a Páscoa aos confins do mundo. Nem sei se receba o compasso, ainda assusto o padre e os acólitos. E lá pelas aldeias eles podem não estar preparados para tamanho horror e eu não quero ser responsabilizada por acabar com as festas e/ou causar uma congestão após os doces da quaresma.Volto Segunda feira, espero que “desgravidada”. A sorte, é que não gosto de amêndoas.

Tou toda furada!

Sete meses e meio de picas. Sete meses e meio de tirar sangue uma ou mais vezes por semana. Cheguei a ter o meu braço a parecer um presunto em dia de feira de enchidos. Sim, porque retirar o precioso liquido em mim, só do braço direito. Receei beber um copo de água e começar a verter! Esta semana, finalmente, ninguém me vai querer furar!!
Lembro com carinho quando estava no meu resort, em que as minhas queridas velhotas se interrogavam de que mal eu padeceria “é droga!” (pois... com o braço negro!), ou então as mais comuns “foi um aborto”, ou finalmente, e porque na fase pior da minha doença me apareciam muitas pisaduras no corpo, “foram maus tratos, coitadinha”.
O pior é que também eu dava por mim a tentar adivinhar os males dos outros. O que não faz não ter nada para fazer... mas pelo menos desenvolvi muitos conhecimentos médicos. Quem quiser conselhos sobre diabetes ou tromboses, pode contar comigo!
Mas enfim, esta semana estou contente. Esta semana digo não ao furo!

Rebolar na cama

Ahhh! Que boa noite passei. Já consigo dormir em mais que 2 posições. Já me deito de barriga para baixo e mais incrível ainda, já me viro sem ajuda de grua! Até agora dormia simplesmente virada para o lado direito, ou de barriga para cima, sendo que tinha de me deitar em 2 etapas – sentar e depois mergulhar loucamente coordenando o baixar de tronco com elevar as pernas. Para além disso tive de montar uma mesa de cabeceira improvisada num banco, onde colocava todos os elementos indispensáveis a uma enferma: telemóvel e comando de televisão (convém notar que no meu quarto não há tv cabo, sujeitando-me aos nossos queridos 4 canais). Estava por isso quase a auto enrolar-me e despejar-me em um qualquer pilhão desta nossa cidade, mas afinal há esperança para mim! E ontem já trabalhei. Cheguei a casa completamente estragada, mas não digam nada à minha mãe!! :-)

Estar em casa

Estive a reler o meu post de ontem. Se calhar fui muito dura no que escrevi (ou talvez não ;) ), mas a verdade é que estar demasiados dias seguidos em casa, atordoa-nos o raciocínio. Para além de dar demasiada importância a quem não tem, já por várias vezes questionei alguns aspectos da minha vida! Não, não tenciono mudar de preferência sexual, mas se fosse a seguir todas as ideias que tive durante os vários períodos de baixa, já me tinha transformado em mestre pasteleira, em dona de um “diner” à americana, já me tinha mudado para Londres, e neste momento, estaria a trabalhar num cruzeiro, daqueles que só teria de vir a casa de 6 em 6 meses. Já me dediquei ao ponto cruz e temo virar-me para o tricot! Já dei por mim a seguir atentamente a Tertúlia Cor de Rosa do “Fátima”! Alguém por favor me esbofeteie… Qualquer dia estou sentada na sala a ver o Portugal no Coração, enquanto ponteio umas meias, de escalfeta nos pés! Receio pela minha sanidade mental! Por isso mesmo, e ainda com dores na costura, tenciono ir trabalhar amanhã.